Aos Lábios

  É incessante a sede por destruição que eu tenho, mesmo que às vezes inconscientemente. São incontáveis fatos que provam meu belíssimo talento em massacrar qualquer coisa, pessoa ou situação. Presunçoso demais. Até quando estou certo, caio num abismo inverso de mim mesmo e não consigo mais discernir, nenhum fato sequer. As paranoias biscates que vivem dando em cima da minha cabeça cansada, não vão embora nem com uma chuva pesada de álcool. Não se apaga a angustia no âmago, nem com uma dose de fumaça nicotinosa. Uma grande somatória esdruxula que, ironicamente, usa-me como sua antepenúltima sílaba tônica. Patético me tornei de tanto agir pateticamente. Humilhado fiquei, extinguido quis ficar. Apedrejar quis poder, ajoelhar nem tentei, abraçar não tinha quem, brincar só mesmo com o ninguém, sentir saudade não mais só de você, amar? Amar ainda mais o frívolo amor que sinto pela, até agora, pessoa errada. Beijar? Oh, se eu pudesse. 

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