Ao vento
Nesse refugio recém esbranquiçado por paz, descanso minha cabeça num macio travesseiro e coloco uma musica calma para tocar. Sua magia me leva à centenas de lugares. O vazio é preenchido por algo lindo por quase quatro minutos e cinquenta e três segundos. Vendo o mundo de ponta-cabeça, me viro para a janela e avisto um lindo céu azul recheado com algumas nuvens tempestuosas, indago o porquê, tudo tão lindo assim. Sinto-me como este céu azul, que invertido, está abaixo dos meus pés. Estou flutuando! Há uma árvore em frente, com raízes invisíveis que nascem de suas folhas verdíssimas. Agora não sou mais o céu e não sou mais o seu, sou aquela folhinha que acaba de se desprender do galho e voa solta ao vento, sem rumo e nem arrependimento. Que doce a liberdade. Me desprendi tão verdinho, assim apodrecerei mais rapidamente; mas se esse pedacinho de paz durar para sempre dentro de mim, para sempre durarei e não há podridão que acabe com isso.
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