Um abajur com uma lanterna de stand-by

  E foi aquela despedida que me fez parar para pensar, pela primeira vez, no quanto eu fui (e talvez ainda sou) um insatisfeito protótipo de humano. Foi embora muitas vezes, e a cada vez eu me desconcentrei propositalmente da volta. A volta volta vá, a volta voltava, não tarda vá, não tardava. Goles de rancor foi tomado por ambos, quantas vezes? Incontáveis vezes. Perda da consciência era a melhor saída. Não a mais saudável, claro. Te vi praticamente passando para o outro lado, não pude fazer nada, pseudo-fui um dos motivos. Onde está a carta? Preciso dela. Mando uma resposta. Uma carta carregada de palavras que dissimulam até a tinta acabar. O sol se pôs de novo, você roubou minha lanterna, estou desprotegido. Outros aparecem com abajures, é até mais confortável, mas não me permitem sair de onde não tenha tomada, a lanterna sim. Sou livre com a lanterna, e enjaulado pelo abajur. Uma luz de stand-by apareceu, mas não ficou por muito tempo. Nada de stand by me, pelo contrário. Todas as luzes se apagaram, menos a do sol, que se pôs, mas ainda existe.

Comentários

Postagens mais visitadas