Bagagem de Outrora
- Mais um lapso de memória - disse o velho senhor com uma voz tão distante que soava irreal.
- Nic sonhava e as coisas aconteciam, mas e agora?
Numa noite quente de sexta-feira, Nic estava dormindo com o ventilador praticamente colado na cama.
O sono estava tão leve que o próprio ruído do vento nos ouvidos a fazia acordar.
Suada demais para ser apenas por causa do calor, aumentou a potência do vento
Do número 2 para o número 3, e voltou a se deitar.
Com o sono leve como uma pena, viu-se numa cena apocalíptica onde seus entes
Queridos, alguns amigos e familiares de amigos, se encontravam
Na principal avenida da cidade.
Era o caos.
Os carros passavam à mil por hora, atropelando tudo o que estivesse pela frente
Um dos carros passou por cima da cabeça de uma garota
Nic a conhecia.
Com choque, levou a mão na boca e não pôde gritar
Onde estava a sua voz?
Dois padres apareceram ao lado do corpo da garota
Um, alto e cabeludo, chutou o corpo e disse
Ela já está morta mesmo, que se foda.
O outro fez o sinal da cruz, como faria realmente um padre
E se distanciou.
Nic foi até a sua casa e
Dentro do próprio sonho resolveu dormir, estava quente lá também
Fervendo
Passadas duas horas
Levantou da cama e rumou cegamente para o banheiro
Ao se virar para o espelho
Se encarou sorridente, mas o sorriso não era seu
Era um sorriso de alguém que já faleceu
Maligno.
Desesperada, rumou para o quarto de sua mãe
Pediu ajuda. mas começou a se contorcer
Sentiu todas as sensações na vida real
Enquanto dormia.
De algum modo ela sabia que estava sonhando.
Como uma possessão, algo a dominou
Mas ela era uma luz
E o caminho, novamente encontrou
O que estava junto foi-se embora
Não chegou a controlar
Tentou sem sucesso
Não iria mais voltar
Nic acordou assustada, agora estava na vida real
Rezou para o seu Deus
A quem ela era leal.
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