Papo Cabeça
Anda acorrentado em algo que puxa from place to place. Na maioria das vezes os passos são dados de forma descompassada, tamanha incompreensão do solo onde se pisa. Existem espinhos em volta e a cada centímetro percorrido, uma gota de sangue mancha a camiseta branca sem estampa, camiseta essa que possui o melhor cheiro que existe. Cheiro único de um objeto emprestado, ou pidonchado, que é mais o caso, e que abraça o usuário solitário de uma maneira pseudo-satisfatória, mas que engana a si. As gotas de sangue são formas angustiadas de palavras que não podem ser ditas, pois a boca não as compreende. Nem mesmo o falador as compreende. São palavras sem dono, mas com propósito sem objetivo, apenas existem e mancham a camiseta branca sem estampa. O melhor não é suficiente, pois põe os pés pelas mãos e acaba saindo derivações de palavras bem intencionadas que perfuram os ouvidos do outro falador confuso. Mas é tudo questão de ressaca da separação e de 350 quilômetros de estrada entre um e outro, onde a cada passo para cada lado define a distância real entre os dois. Mas o amor nunca morre. O amor é maior que todas as confusões e com mais passos descompassados e espinhos que arranham, descobre-se não numa estrada, mas sim dentro de sua própria existência cabulosa e cabelo embaraçado como aquele fone de ouvido embramado. É tudo questão de saber dosar as chances e manipular as palavras confusas para que elas sejam oprimidas e não ultrapassem o limite bocal e entrem de forma errada no coração do outro. Incompreensão me faz sobreviver, mas viver é só contigo mesmo.
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