Luz de Vagalume




Luz de vagalume 

Que acendeu e apagou

No escuro, brilhava

Me prendeu e me segurou


Com cordas vermelhas

Conseguiu me amarrar

Me olhava só de longe

E começou a me evitar 


Luz de vagalume 

De brilho tão fugaz, 

assim como aquele amor, 

que nem sequer durou

mentira de um leva e traz


No piscar de luz do vagalume

Eu enxerguei o que eu não queria ver

Gelada e brilhante

Uma faca sem gume

Perfurou sem me perceber 


Sangrei dia e noite, buscando os seus olhos

Que há muito tempo não olhavam pra mim

Enxergava-me como resto dos teus modelos, 

Meros retalhos, meros retalhos, meros retalhos


Luz de vagalume, como amei seu perfume

Parecia-me tão sublime

Lembranças do tatame 

Que decepcionou todo o time 


A escuridão tomou forma

Me engoliu nos lençóis

Se desligou de mim

Buscou outros sóis


Subiu-me o azedume ao pensar no vagalume

Subiu-me o azedume ao pensar no vagalume


Fui engolido pela sua onda 

obscurda e inerte

Eu buscava por socorro 

Luz de vagalume, como você se diverte


De corpo, em corpo, em corpo

Sua luz era mentira, sua energia me atingia 

Como um copo eterno, meio vazio

Aos outros meio cheio, a mim nem um fio

Só o que me prendia 

Só de pensar me arrepio


O quanto você me entedia

De noite e de dia 

Esgotou o meu rio

E hoje não rio

Não me existe mais dia





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