Hidden

  Não ligo de sair como culpado dessa vez. Quando se tem algo a esconder, não importa o que se faça, não se pode revelar. O mistério é intrigante, foi o que te empurrou até o abismo, não foi? Sua curiosidade nos matou. Até quando vai se deixar levar pela vontade de descobrir as coisas? Não havia saída, a não ser o silêncio, de ambos. 
"Me conte agora" você insistia, cegamente. Sabia que não eu revelaria nada, mas contava com sua persuasão. No final das contas, acabou morrendo do seu próprio veneno. Mal sabia ela dos reais motivos de tudo isso. Infelizmente, nunca saberá. E se sabia, imperdoável.
"Não" eu negava, com a trivial frieza que lidava com situações de "jogos mentais". Você se irritou e deixou-se levar por isso. 
  Vomitou ofensas em mim. Usei de minha frieza mais uma vez, ignorando tudo que foi dito. Infelizmente, coisas irreversíveis foram ditas e gravadas no espaço. Nada se pode apagar. O Adeus veio logo em seguida, a saudade petrificada, o amor escondido, a culpa transbordava de algum lado, a vontade; reprimida pelo orgulho. 

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