It's Been Told

  É como se não estivesse sentindo vontade. Estou perdendo os estímulos para reatar. Não consigo querer, não sei se quero querer. Está impossível de decidir. Sua mania arrogante de pensar saber de tudo, que é movida pelo seu orgulho, nos impede. Esqueça-o, seja livre disso. Te disse milhões de vezes que eu não prestava pra ser um bom amigo. Conheço meus defeitos tão bem que consigo manipulá-los ao meu favor.
"Você está fazendo aquilo de novo com aquela pessoa" você dizia, amedrontada. "Espero que nunca chegue a minha vez". Você implorava.
"Só chegará se você quiser" - Em todos os momentos de receios que você teve, lhe assegurei isso. Nunca iria iniciar seu esquecimento de boa vontade, esfriar o sentimento, arrebentar os laços, desfazer os nós.
"Eu nunca vou querer isso" Você disse. Suas palavras eram quentes, conseguia senti-las de longe. Longe mesmo. Sentia sua necessidade. Sentia-te mais do que a mim mesmo.
"Estou daquele jeito de novo, tenha paciência comigo, por favor" Eu dizia, preocupado. O vazio sendo fortemente manipulado. Eu o usava para o meu bem, quando ele me fazia mal. Com ele conseguia me livrar de tudo (ou todos) que me incomodavam.
  Dos sentimentos remotos e fracos que sentia, o incômodo era o que mais odiava. Não gostava de viver com ele e por isso me livrava de qualquer maneira. A coisa ficava um pouco, não muito, apenas um pouco mais complicada, quando o incômodo era uma pessoa. Depois daquela noite, tive medo de usar essa habilidade contra você. Tinha medo de que fosse irreversível, e eu realmente queria que fosse.
"Você morreu pra mim. Acabou de assinar seu atestado de óbito" Você disse pelo telefone. Palavras cheias de frieza com uma pontada de arrependimento chegavam ao meu ouvido. Meu frio interior se movia, em consequência.
"O atestado que você mesmo escreveu?" Falei friamente, demonstrando o nada que sentia - que se intensificava à medida que você falava.
"Adeus".

Comentários

Postagens mais visitadas