Errado
Indago, o que há em mim que almeja tão demasiadamente desgraças ao meu ser? Não há o que contemplar nisso. Tantas vezes tentei entender, sempre falhei. Apaixonado pelo que me faz mal, alucinado. Obcecado por tortura. Onde vou parar? Vou parar? Vício enraizado, sufocante, delicioso. Um sorriso sangrento alimenta tudo isso, faz com que eu estrague todos ao meu redor. Transformo a desgraça que causo numa cena bonita, dramática e melancólica, me iludo com ela e acredito nela. Estou enforcado por algo que nem ali está, mas a presença é ininterrupta. Faço de suas decepções algo divertido aos meus olhos maldosos, sendo que, nem sempre, os viu de verdade. São tantas cores. Uma cerca óctupla, ocultando e dificultando cada sinal. Não estou errado, sou errado.
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