Futuresente dos Meus Dias
Depois de queimar a língua bebendo o chá de morango que fiz minutos antes de me deitar, rumei para o banheiro e me encarei no espelho - gostando do meu cabelo só porque eu estava sozinho em casa à 1:00 da manhã, porque se eu estivesse na rua ou em companhia de alguém, ele estaria revoltadíssimo de vergonha e teria já se tornado uma vassoura - abri minha boca e deixei os dentes à mostra, examinei por uns segundos e resolvi sair do banheiro da mesma maneira que entrei: sujo. Pra que banho, pensei, se amanhã me sujo do mesmo jeito?
Fui até o meu quarto e lá se encontrava minha cama desarrumada com dois travesseiros com fronhas diferentes e amassadas, um criado-mudo com um copo de água, livros empilhados de qualquer jeito, dois desodorantes, um cópia da chave de casa com um chaveiro antigo de uma bicicletaria e um par de meias jogado por cima de tudo. Gemi. Procrastinei o fato de ter que limpá-lo, deitei na minha cama apoiado em apenas um dos travesseiros e encarei o teto sem piscar até os meus olhos marejarem. Que sentimento é esse que brota dentro de mim todas as noites antes de dormir? Por que quero ficar acordado, sabendo que se eu o fizer, fico mais angustiado ainda? É tarde. Preciso dormir. Preciso dormir?, me perguntei. Precisa, eu disse. Mas dormir é... BOM! Dormir é bom, dormir é bom, dormir é bom. E minha perna dói. So does my tongue.
Virei-me para o lado e pensei nas possibilidades e nas escolhas que andei fazendo ultimamente. Eu estava no caminho certo e não havia volta, então o que me assustava? O que me assustava era o fato consumado de que eu passaria por grandes provações e que isso me daria medo. Já estava com medo. Quando o medo sente o nosso cheiro (e se estivermos pensando nele...) ele aparece, gruda, cria raiz e é dificílimo tirá-lo. Mas estou conseguindo. Não penso no futuro, penso em chá. Chá de qualquer sabor. Chá morninho que queima a ponta da língua e me faz lembrar que estou vivinho da silva. E chá comigo que eu me garanto, sem medo, sem espanto, sem cair em prantos, e dormindo gostoso. Vou dormir.
Fui até o meu quarto e lá se encontrava minha cama desarrumada com dois travesseiros com fronhas diferentes e amassadas, um criado-mudo com um copo de água, livros empilhados de qualquer jeito, dois desodorantes, um cópia da chave de casa com um chaveiro antigo de uma bicicletaria e um par de meias jogado por cima de tudo. Gemi. Procrastinei o fato de ter que limpá-lo, deitei na minha cama apoiado em apenas um dos travesseiros e encarei o teto sem piscar até os meus olhos marejarem. Que sentimento é esse que brota dentro de mim todas as noites antes de dormir? Por que quero ficar acordado, sabendo que se eu o fizer, fico mais angustiado ainda? É tarde. Preciso dormir. Preciso dormir?, me perguntei. Precisa, eu disse. Mas dormir é... BOM! Dormir é bom, dormir é bom, dormir é bom. E minha perna dói. So does my tongue.
Virei-me para o lado e pensei nas possibilidades e nas escolhas que andei fazendo ultimamente. Eu estava no caminho certo e não havia volta, então o que me assustava? O que me assustava era o fato consumado de que eu passaria por grandes provações e que isso me daria medo. Já estava com medo. Quando o medo sente o nosso cheiro (e se estivermos pensando nele...) ele aparece, gruda, cria raiz e é dificílimo tirá-lo. Mas estou conseguindo. Não penso no futuro, penso em chá. Chá de qualquer sabor. Chá morninho que queima a ponta da língua e me faz lembrar que estou vivinho da silva. E chá comigo que eu me garanto, sem medo, sem espanto, sem cair em prantos, e dormindo gostoso. Vou dormir.
Olá! Que belas palavras e quão intensas as mesmas são. Estou apaixonada por cada linha de cada texto,por cada verso e por cada poesia.Me perco inteiramente nestas palavras e nestes sentimentos. Ah os detalhes ! Um Q a mais sempre em nossas vidas e digo por sí só que na sua as palavras cairão da maneira correta. Que leves palavras e ao mesmo tempo intensas que nos faz pensar e nos faz querer. Admirada estou. Parabéns
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