Trovão de mim
Pode soar pessimista, talvez realista, mas não importa o emprenho que eu coloque, há sempre uma multidão invisível sussurrando dentro da minha cabeça dizendo que eu fiz algo errado. Gosto de me deixar desborrar e chegar ao desespero doentio e débil, sou patético. Duvido da realidade, crio outras realidades, reforço minhas emoções nos meus cenários ilusórios temporários, porém permanentes cada vez que os vivo. Dessa vez a angústia está me devorando, ou melhor, segurando minha cabeça a força numa privada e dando descarga. Não consigo respirar. Tira o meu ar, respire-me boca-a-boca. Oh, eu acredito demais nos meus cenários e eles são destrutivos demais. Eu inventei - talvez tenha mesmo inventado - um monstro canibal. Sou o meu próprio monstro e, infelizmente, te descarrego a culpa. Oh, e me disse ser infeliz hoje, e não pude fazer nada. Contive um abraço e sorri demonstrando apenas compaixão, mas, sem dúvida, demonstrei com paixão. Somos perdidos. Te perderam e eu me deixei perder. Me deixei enfraquecer. Como posso ser masoquista, conquistando a dor com tanta facilidade. Talvez seja esse desejo vicioso de me sentir vivo, curtindo cada amostra de sentimento que me torna assim, tão medroso e tão corajoso pra me desbravar.
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