Vasto

Um céu muito preto com estrelas distantes. A visão interior era basicamente assim, vasto, porém iluminado o suficiente. A escuridão era apenas na casca, pois dentro existia uma luz que nem ao menos se conhecia. Seus braços estavam doloridos, e também seus dedos. Esticava-se ao máximo para encostar a ponta do seu indicador na luz mais próxima. Essa luz trazia calor e esquentava o seu redor, mas tudo era tão vasto que não se prolongava. O medo da luz se apagar era intenso, e a cada pensamento torto, se retorcia. Me desculpe. Era a única coisa que pensava, as palavras rodavam e rodavam. Rodava até ficar tonto, e já era tonto. Andou um tanto e se deu conta de que deus pés estavam também doloridos. Andou e andou. A luz quando brilhava enfraquecida desesperava. Tome meu restinho de luz, brilhe outra vez. A luz que emanava calor era mais importante. Ela precisa brilhar. Mas notou que essa luz somente brilhava quando a sua também brilhava. Entendo. Aproximando-se sem sair do lugar chegou até o seu destino, onde luzes se abraçam e suas risadas parecem de meninos.

Comentários

Postagens mais visitadas