Pater-imbecil
O que são expectativas frustradas senão filhas mimadas da minha imaginação fértil e fatal?
Berram e gritam.
Assumem o controle no estilo ventríloquo que elabora frases imperceptíveis por lábios imóveis, só que essa voz não parece minha! Ou parece?
“Qual é a sua expectativa?”
Se eu ganhasse um ano de vida pra cada vez que essa pergunta falhou em obter resposta, meu ser viveria por duzentos anos, em pura agonia tentando conter as filhas mimadas que choram e gritam nos corredores do mercado da vida, gritando por produtos caros demais e supérfluos de… menos… porque precisamos, eu sei, nós precisamos, minhas filhas
Não sinto meu rosto
Não sinto minha testa
Meu corpo pesa
Masco, mas não engulo
Masco, mas não engulo
Masco, mas não engulo
Masco, mas não engulo
Lá se foi uma pizza, e nenhum pedaço em mim, o despedaçado que nasceu de fragmentos de uma desunião onde um tinhoso zébu-ceta apertou o botão do apocalipse e decidindo encerrar a civilização monárquica “Dos Reis” de bosta nenhuma
Poesia a parte, expresso em honesta embriaguez nesse momento que eu desejo ter saído de qualquer outro par de bolas senão o dele, porque…
como posso gostar, ou pior: amar?
Alguém que não admiro. Indigno de admiração e digno daquele desprezo julgador que eu odeio julgar… a não ser que seja ele, ou pater-imbecil
Bêbado
Sou eu
Escritor criador das filhas mimadas
Mas se são filhas, eu…
Eu sou pai
Deus me livre!
Eu não abandono
Sou mãe
mãe das filhas que eu pari, lá na puta que pari, que também é a romântica que pari
E vou terminar sem rima, pode rir
Você gosta de abacate?
Tem gosto de porra se comido puro
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