Descemos um corredor fedido de mijo e entramos em um quintal cheio de mesas

Andei em círculos. Cada passo dado tentando me convencer de que eu deveria usar outros termos. No final das contas, a verdade é uma só, ele foi imoral. Quem anda em círculos é chegado e amigo das tonturas. E fui tonto. A responsabilidade é uma faca de dois gumes, cortou a mim, assim como cortou a você. E nesse parágrafo te encerro e te enterro, rorái.



Do outro lado da ponte aquele homem esperava por mim com um sorriso frágil nos lábios. A grama embaixo dos meus pés reclamava conforme eu andava. Ela estava grande demais e me fazia andar como um cavalo em trote, lukemi.

"Não gosto de ficar sem falar contigo" sua mão estava quente quando a pôs no meu ombro.

 "Eu não gosto disso também" concordei. 

Nos viramos para o rio que corria colina acima. Encostamos no parapeito. "Não sei porquê fazemos isso" - um de nós disse. 

Em sonhos as vozes parecem vir de todos os lados e de lado nenhum. 

Em sonhos as coisas podem parecer realidade e o mais bravo guerreiro pode se enganar quando vê o resultado da luta: o vencedor. 

Levei dois socos e um ponta-pé enquanto equilibrava um copo de cerveja na mão. 

"Ele não odeia..." e o ar sumiu. 

"Seu coração bate anormalmente rápido". 

"Não diga isso, posso entrar em pânico" levei a mão ao peito e deixei ela ali. 

Descemos um corredor fedido de mijo e entramos em um quintal cheio de mesas. Lá se vê todo tipo de gente, das reais às que visitam o guerreiro antes da batalha em sonhos. Seu sonho estava ali, prestes a virar pesadelo. O guerreiro tentou voar a frente do avião e foi jogado ao vento, e tudo pegou fogo. 


Tudo pegou fogo.

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