O Degraal
A calçadinha que beirava aquele grande muro amarelo estava em uma penumbra absoluta, e era desse jeito que as coisas permaneciam. Eu, junto com muitos outros, ficávamos à espreita esperando o ponto estranho aparecer. Era uma guerra se movimentar no vale enquanto negro, mas era ainda mais violento enquanto claro. Todos queriam um pedaço daquilo. Parecia que, com o passar dos milênios, nós nos deixamos levar pelo raciocínio materialista, que cega. Algo piscou. Alguns urraram, outros gemeram. Desprevenido, alguém se movimentou rumo ao muro; um barulho oco veio me seguida. Este desapareceu para sempre. Queria sair dali, queria progredir, mas parecia que a oportunidade estava perdida! Nada mais se via, perdemos todas as chances! O medo tomou conta dos seres havia muito tempo, e esse era o maior obstáculo. A voz estava fraca demais, quase ninguém ouvia. E quando ouvia, o medo não era ignorado. Tantos erros. A luz veio cognata ao massacre. Parecia um Juízo. Os que jaziam no chão, por lá ficariam eternamente. O muro amarelo ficou negro num piscar de olhos. E novamente, nada mais se via.
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