Probidade
Um ventilador ligado bem no meio da minha cara, jogando-me à mil, coisas que me fazem passar por um funil. A briga é tão feia que me olho no espelho e ela se reflete em meus olhos, mal posso esperar. Tusso lento e demasiado, meu pulmão parece não querer ficar parado. Sorte a minha que ele não parou.
Seria certo ou inconsequente? Certo eu sei que não é. Mas se eu defendo, talvez seja. Mas defender em si, uma briga se enseja. Tá, que seja. Minha querida amiga ainda não veio, a Dona Melancolia deve estar no banheiro.
Não concordo comigo, mas não discordo de mim. Parece tão feliz, mas por dentro é um triste jardim. Lanço-me na rede para balançar, balançar e balançar. Mas são outros olhos! Me observam e gostam do que vêem. O sentimento que sucede é uma ressaca. Ressaca moral que acompanha o anormal.
Tusso de novo, olho para a foto. Imaginação permite que eu me veja nela. Galanteador, ao lado de um belo penteado, barba bem feita e cabelo bem aparado. Sorte que não sou eu... cada ponta para um lado e um coturno sem solado. Mas que bela calça, Jeans!
À vovó querida faça o seu omelete. Acebolado, um banho dourado e um pelando leite com café. Probidade ou boa-fé? Nesse contrato com a vida se tem a necessidade de manter uma boa conduta desde a formação ao cumprimento. Mas como sempre, me deixo ser levado pelo vento... Nesse contrato com a vida, deve-se obedecer as normas da ordem pública. Mas quem é que dá a ordem, mas não se publica? Manifesta-se, senhor! Supremacia da vontade existe, e deixe-me regozija-la.
Mas mudando os termos, continuo sem terno e sem belos contornos para vestir. Gosto dos meus trapos.
Pode-se viver sem abraço. Não é necessário. A prática de não tê-lo mais é eficaz, mas rapaz... pouco a pouco uma dor isso traz. Traga com ela um suco de morango. Bem doce, que é para agradar. Quem sabe assim mesmo eu subo ao segundo andar.
Nunca havia entendido o medo de ser feliz. A criança dizia "Existe mesmo esse tal medo de ser feliz? Mas por que alguém sentiria medo do que mais quer na vida?", e tarde - ou cedo - aprendi. A liberdade é ilusória. Aprendem a odiar, e não a amar e a aceitar. São todos umas britadeiras barulhentas, destruindo armaduras e roubando as ferramentas. Ferramentas essas que uso para me reconstruir. E um dia eu disse "Os indestrutíveis só podem ser destruídos por eles mesmos", e nas páginas perdidas desse caminho beauvidoso se pode encontrá-lo, e hoje o entendimento chegou a cavalo... Tô me destruindo tentando ser feliz, e o medo que achei bobo, sapateia no meu nariz.
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