Desistir é ok
A desistência nem sempre quer dizer covardia. Existe aquela desistência onde as energias estão tão drenadas, o coração está tão pesado, e uma nuvem negra que cega tudo ao redor. Seria prudente e sábio entender a origem dessa nuvem. Se a nuvem que ocasiona a desistência é justamente aquilo que motivava a luta, as chances de dobrar os joelhos e deixar de tentar são ainda maiores. Nesses casos, pode-se enxergar a desistência como um ato de bravura, e de coragem. Covardia seria carregar pedras nas costas por medo de soltá-las, quando se sabe que o necessário é deixá-las de lado. Covardia é permanecer calado, sorridente, enquanto o coração se cala e se envolve em veneno corrente. Desistência no amor... É aquele momento bravo de dor, de tristeza, e de revolta. Desistir do coração é desistir de tudo. E nenhum covarde teria a capacidade para renunciar tudo. A renúncia é um ato de coragem, e de sabedoria. É saber que as pedras que se carregava não eram para construir uma muralha, ou talvez um castelo, e sim pedras que acabaram se tornando agouros no caminho. Tentar e não conseguir faz parte. Tentar, tentar, tentar, tentar, não faz. Mas os corajosos tentam, ô se tentam! Usam de todas as artimanhas, estratégias e idéias, mas não existe solidão no amor. Senão não é amor. E se existe solidão, a pedra se torna ainda mais pesada para carregar. Mas por que solidão? Talvez uma unilateralidade? Quem nasceu sozinho, permanece sozinho. Desistir é para poucos. Mas são esses poucos que de verdade conhecem o que são, o que querem, e o que podem ser e fazer. Desistir é ok.
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