Aquilo que me destorna
A descomodidade cintila brilhante, advinda das crenças extravagantes; o professor da vida marca presença e engolfa as ideias do criador de ilusões — eu — quase como uma doença. Da atmosfera das ideias de onde vem esse amor, sinto no peito que nisso acredito e desacredito com o mesmo ardor, mas velocidades diferentes.
Ao crer se cria um castelo de areia firme e robusto que, antes mesmo de se consagrar, desaba com descrença que vem como onda. A velocidade num piscar de olhos, uma ideia chega antes da outra: crença ou descrença.
Se for a primeira algo se cria, e então, se destrói. Se for a segunda, dos destroços, se cria novamente.
Um ciclo espinhoso de crer, não crer, espetar e doer.
O que me torna crente é o que me destorna: a incapacidade dos meus olhos de enxergar merecimento deste (ou qualquer) amor, tal milagre, tal sabor. Ó, céus.
Dramalhão eu sempre fui, então releve meus relevos em incessante escapatória rumo à noite pelos cosmos. Talvez perdido no meio das estrelas exista um fio vermelho que se liga ao meu dedo mindinho que me transforme em jornada, em caminho.
Enquanto na infinitude do céu eu viajar de olhos fechados - no grande buraco onde este anjo habita - eu sei, com força eu sei, que não encontrarei fio algum, nem o meu, nem o seu, nem o da meada.
Ou…
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