O amordeus que existe dentro de mim é confusão
Olho tanto para o céu - de dia e de noite, contemplo a imensidão esperando que ela me engula. Me sinto em casa quando o céu fecha os olhos e o mundo escurece; eu sei que a noite me conhece melhor do que o dia; o dia sabe que odeio luz e calor e o movimento do mundo que, não causa estranheza, mas clamor. A noite me calma e de presente, despeja em mim o manto, ele sereno, eu sereno.
Estrela cintila vermelho e azul - e então amarelo - e questiono o sentido das coisas, e as coisas questionam o meu. Respiramos fundo sem respostas, nos olhando, e o ar mata a sede de algo em mim, ar gelado tipo água gelada. O meu sentido é o que dou às coisas ou o que as coisas me dão? Não respondemos. Buscaremos dentro de nós mesmos.
Em mim existe a imensidão desta noite que, a olho nu, me faz enxergar tudo o que não gosto — que não gostam em mim. Estou sentido com a vida, e assim minha vida tem sentido. Rápido, rápido, mais rápido. A velocidade me amedronta na mesma medida que me fascina. Hoje sou dez anos mais velho do que eu era dez anos atrás, neste mesmo dia. O tempo navega pelas nuvens - ou pelas estrelas - as mesmas que namoro incansavelmente?
Talvez a imensidão da noite seja companheira, eu mera poeira de estrela em formato de gente. Talvez eu não a veja como companheira porque como poeira, lembro que sou alérgico à pó, e pó em alérgico causa cegueira.
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