minha sede em seca causa a erosão de mim
O sentimento e o comportamento mudaram durante os oito meses do ano. Meu amor úmido e quente subia à atmosfera, se expandia e resfriava, formando nuvens em meus olhos, que choviam à noite, antes de dormir.
Em períodos de seca extrema as árvores secam, as flores morrem e os rios que irrigam meu corpo sofrem, quase nem lá; as raízes ainda são fortes mesmo em solo fraco, mas mesmo fortes sentem sede. E essa minha sede em seca causa a erosão de mim, que aos poucos se deixa levar vento a vento.
Na falta de água meu coração rachado se hidrata com coquetéis, as rachaduras deste solo seco não se fecham, o ciclo da água não se faz e a evaporação é só a minha.
Se um dia a água que irriga meus olhos, em nuvem, se transformar em precipitação, espero estar preparado para lidar com as enchentes que inundariam tudo o que conheço como lar. Sem escoamento, já com rachaduras em forma de lodo, tudo se faz embaixo d'água.
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